sábado, setembro 01, 2007

jnnf, ano XXXVI, nº 378 (Agosto-Setembro 2007)

Pe Artur Tavares de Almeida
1929-2007
Nasceu, em Avanca, a 13 de Abril de 1929.
Ordenação Sacerdotal, em Avanca, em 3 de Julho de 1955.
Coadjutor de Requeixo, com a capelania de Mamodeiro e Póvoa do Valado, de 1955 a 1960.
Primeiro pároco de Nossa Senhora de Fátima, em 13 de Agosto de 1960.
Pároco de Nariz, em 29 de Junho de 1961.
Director Espiritual dos Convívios Fraternos da Diocese de Aveiro de 1974 a 1996.
Pároco de Oiã, em 10 de Setembro de 1995.
Faleceu, em 16 de Agosto de 2007.
(cfr páginas 3 e 4 deste número)
página 1
Editorial
Acção de Graças pelo Ministério do Pe Artur
Eis-me Senhor, Luz do meu caminho,
leva-me mais longe!
Que a minha atitude seja firme e molde o meu carácter;
Que o meu coração seja dócil e se transmita em olhar límpido;
Faz-me generoso e humilde, como é próprio de quem se guia por dons eternos!
Modela-me para que possa ser pedra viva na construção de uma Igreja mais Santa
e de um mundo mais humano e solidário,
em que cada peça deste maravilhoso puzzle seja o verso da Tua face!
Que seja tudo para todos:
Com as crianças, os idosos e os doentes, os primeiros apóstolos da família;
Com os emigrantes que levam memórias e trazem o pão;
Com os jovens, de abraço fraterno e disponibilidade absoluta para servir;
Com os casais, homens e mulheres das nossas comunidades que, com o seu trabalho,
as suas associações, as suas organizações, nos aproximam das belezas da criação.
Senhor,
A oração das horas de cada dia e no altar da eucaristia
Renove todos os passos da minha vida,
Uma vida que seja oração e consagração em todas as obras que edifique.
E quando o sol aparecer no meu horizonte definitivo,
Que eu esteja pronto para a última jornada!
E quando o meu olhar se declinar sobre a Tua cruz,
e vir nela reflectido o meu próprio rosto, possa testemunhar aos que me confiaste:
“Como S. Paulo, combati o bom combate, guardei a fé!
Que se erga uma nova manhã, plena de vocações,
para continuar a unir como fazem as pontes!”
M. Oliveira de Sousa

página 2
Movimento Paroquial
Fátima
- Manuel Ferreira Valente, de Mamodeiro, nascido em 27 de Janeiro de 1949, com 58 anos de idade, faleceu no dia 3 de Agosto.
O Sr Valente, pai do Pedro Valente, elemento da direcção do “Notícias de Nariz e Fátima”, é uma perda enorme para todos, naturalmente a começar pela sua família. Homem empenhado no desenvolvimento de Nariz e Fátima, pois tinha laços familiares às duas comunidades, sempre pronto e com iniciativa a todos os níveis deixa-nos a meio da idade. Todos somos passageiros nesta terra mas quando a obra fica a meio custa ver partir quem tanto tinha para dar. Associamo-nos à sua família e assumimos também este canto de esperança e saudade:
Custa-nos muito acreditar
Como pudeste partir assim.
Nunca vamos deixar de te amar,
Pois o nosso amor por ti não tem fim.

- João Gonçalves de Almeida, com 69 anos de idade, da Perajorge, casado com Ascensão Marques de Jesus, faleceu no dia 19 de Abril. O seu funeral realizou-se no dia seguinte.
- Maria Marques da Costa, da Póvoa do Valado, com 82 anos de idade, faleceu no dia 11 de Agosto. O seu funeral realizou-se no dia seguinte.
A sua família agradece a todos os que acompanhar a sua mãe e avó à sua última morada.


Nariz

Baptismos
- No dia 15 de Julho, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Bruno Tomás Martins Marques, filho de Carlos José Dias Marques e de Dalila Maria Martins Pereira, residentes na Rua do Tojal de Cima, em Nariz. Foi padrinho Carlos Alberto da Silva.
- No dia 29 de Julho, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Salomé Lopes Simões, filha de Moisés da Costa Simões e de Maria da Conceição Lopes Jacinto, residentes actualmente em Friburgo (Suiça), e naturais de Verba. Foram padrinhos Telmo Filipe Lopes Freire e Patrícia Moreira da Costa.
- No dia 12 de Agosto, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Tomás Frederico Marques Santos, filho de Carlos Célio Leite dos Santos e de Maria Celeste dos Santos Marques Santos, residentes na Rua Direita, em Verba. Foram padrinhos Fernando Alberto Martins Maia e Fernanda Paula dos Santos Marques.
- No dia 15 de Agosto, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Alexia Braz Cerqueira, filha de António Luís Gonçalves Cerqueira e de Marlene Simões Martins Vieira Braz Cerqueira, residentes actualmente no Luxemburgo. Foram padrinhos José Maria Gonçalves Cerqueira e Elza Maria Seixas.
- No dia 19 de Agosto, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Ruben Miguel Neves Antunes, filho de Carlos Libório Antunes e de Maria de Fátima Varela das Neves, residentes na Rua Ribeirinho II, em Nariz. Foi madrinha Natacha Katherine Oliveira Rondon.
- No mesmo dia 19 de Agosto, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Diogo Emanuel Fonseca Ribeiro, filho de Jorge Luís da Silva Ribeiro e de Isabel Marisa Pereira da Fonseca, residentes na Rua Dr. Girão Pereira, em Nariz. Foi madrinha sua tia Marilina da Silva Ribeiro.
- No mesmo dia 19 de Agosto, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Gabriel Ferreira Reis, filho de Sérgio Ferreira dos Reis e de Graciete Moreira Ferreira, residentes na Rua Ribeirinho I, em Nariz. Foi padrinho Nelson Ferreira Barbosa.
Aos pais e padrinhos e, em especial, ao Bruno, à Salomé, ao Tomás, à Alexia, ao Ruben, ao Diogo e ao Gabriel, Notícias de Nariz e Fátima deseja muitas felicidades e muitos anos de vida cristã.
Matrimónios
- No dia 15 de Agosto celebraram o seu matrimónio, na Igreja Paroquial de Nariz, Marlene Simões Martins Vieira Braz Cerqueira, de 25 anos, natural da freguesia da Glória, residente na Rua Direita, em Verba, filha de Manuel Vieira Braz e de Maria Lúcia Simões Martins Braz, e António Luís Gonçalves Cerqueira, de 29 anos, natural da freguesia de Rego, concelho de Celorico de Basto, e residente na Rua Direita, em Verba, filho de Arlindo Vaz Cerqueira e de Carminda Gonçalves Pereira.
A este jovem casal, Notícias de Nariz e Fátima deseja as maiores felicidades, extensivas a seus pais, desejando-lhes muitos anos de vida em comum.
NOTA: Tivemos conhecimento que pessoas da nossa Paróquia contraíram matrimónio nos meses de Julho e Agosto, mas não em Nariz. Os dados que mensalmente aqui apresentamos reportam-se sempre aos assentos do Registo Paroquial em S. Pedro de Nariz. Por esta razão, não podemos apresentar os dados que não possuímos em registo.
A Direcção do JNNF
Falecimento
- No dia 9 de Julho, faleceu Maria Rodrigues de Almeida, de 95 anos de idade, viúva de Ilídio Bastos Palheirinho. Era filha de Beatriz Rodrigues de Almeida. Natural de S. João de Loure (Albergaria-a-Velha), residia na Rua do Carral, 6, em Verba.
Às famílias enlutadas, Notícias de Nariz e Fátima apresenta sentidas condolências.

Festa em honra de Nª Sª das Preces – Póvoa do Valado
Quinta, 30 de Agosto, 21h – Procissão de velas
Sexta, 31 de Agosto, - música, sardinhada às 20h e arraial nocturno (Renascer)
Sábado, 1 de Setembro – Trauliteiros, música, missa vespertina (20.30h) e arraial nocturno (O trovão)
Domingo, 2 de Setembro – Missa às 15h, seguida de procissão. Arraial nocturno (Iran Costa)
Segunda, 3 de Setembro – música, trauliteiros a percorrer o lugar. 18h – missa e procissão da entrega do ramo. Arraial nocturno (Fina Estampa)
Terça, 4 de Setembro – 16h, tarde de jogos tradicionais e arraial nocturno (Quim Barreiros)
Quarta, 5 de Setembro – 16h, jogo solteiros-casados. Arraial nocturno (MEGA)
Quinta, 6 de Setembro – Arraial nocturno (TV5)
Amigos do jornal
Mamodeiro
Alberto Sequeira 5€, Alice Melo 5€, Célia Calafate 7€, Conceição Gaspar 10€, José Ferreira de Almeida 10€, Norberto Pereira de Sousa 5 €.
Póvoa do Valado
Armando Santos Ricarte 5€, Dina Macedo 10€, Manuel Simões Neto 10€, Sebastião Neto Birrento 10€
Nariz
Amândio Vieira Marques 10€, Mário Silva Santos 10€
Verba
Albino Arsénio S. Neto 10€
página 3
A unir como fazem as pontes!
Todas as construções perduram no tempo quando são bem alicerçadas!
Esta realidade é, humanamente, tanto mais assertiva quanto a mensagem bíblica (Lc 6, 48ss e 14, 28ss) fundamenta toda a vida daqueles que, como o Pe Artur, fazem da solidez de carácter e da persistência inquebrantável um dom ao serviço dos outros.
Sei que por isso, há um traço característico naquele que será para sempre o alicerce (assente sobre a rocha, resistente, rude, sólida), da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima: as obras!
Um sacerdote a quem o Senhor chamou para exercer o seu ministério durante quarenta anos na Póvoa do Valado e Mamodeiro só podia ser – que falem mais alto as memórias de D. Domingos da Apresentação Fernandes e de D. Manuel de Almeida Trindade, o livro “Os de Mamodeiro e o bispo de Aveiro”! - um homem de carácter, que consagrasse toda a sua vida a unir, a construir a unidade.
Mas foi preciso construir tudo: a paridade entre os lavradores abastados e preponderantes e os assalariados vindos quase todos do interior norte do país; criar índices de reconhecimento dentro de cada lugar – o centro do lugar da Póvoa do Valado, por exemplo, ainda hoje é denominado por “Barreiras”, porque ninguém se atrevia a passar sozinho de um lado para o outro, ali era uma barreira intransponível; gerar a comunhão entre as pessoas, independentemente do seu estado económico! Era necessário quem lançasse mãos destemidas à obra: o Pe Artur criou e ensaiou, por celeiros e sótãos, grupos de teatro; incentivou a criação de clubes; apoiou Ranchos Folclóricos; organizou cortejos de oferendas, em que o essencial era as pessoas prepararem (encontrarem-se!) em conjunto uma peça de teatro, uma canção popular, a dramatização de um quadro da vida no campo, para animar os vários desfiles. As noites de Inverno eram animadas por semanas de Pregação – os pregadores mais lembrados são o Frei Avelino e o Pe Andrade!
Fomentou os cursos de agricultura; os cursos para donas de casa; os cursos de órgão; os cursos de catequistas; os cursos bíblicos – quando um adolescente fazia a profissão de fé oferecia, a cada um, uma Bíblia; autocarros de peregrinação a Fátima; viagens de encerramento da catequese (catequistas e famílias)…as semanas de liturgia, mais tarde em Fátima.
Era necessário aproximar os que estavam longe?! Criou o jornal “Notícias de Nariz e Fátima” – para servir as duas comunidades que paroquiava. Nariz desde 1961!
O jornal seria a boa notícia que chegava a todos os lares, também aos emigrantes a quem gostava de visitar para os manter corresponsáveis com as suas raízes. Assumia como imperativo as visitas mensais aos doentes (colocava à porta da Igreja quem, porventura, estava hospitalizado), o sacramento da confissão, a festa da Santa Unção, o Dia da Comunidade Paroquial, Nossa Senhora: todos os dias era fiel à “leitura” – como dizia - das horas e à oração do terço!
E os jovens foram uma preocupação permanente. Desde a primeira hora abraçou os Convívios Fraternos quando o Pe Valente de Matos, seu conterrâneo e fundador do Movimento, o implantou em Portugal e em Aveiro. Mas também nos grupos paroquiais, nos campos de Férias, antecâmara de anos pastorais bem sucedidos!
Mas todas estas obras de evangelização requerem – expressão sua – um espaço para se desenvolverem com dignidade! A dignidade nas celebrações eucarísticas, nas procissões, nos funerais, no apoio social, nos cuidados de saúde,… Porque “na tua vida sê sempre retrato de Deus, nunca sua caricatura”! O Pe Artur anunciava e vivia este lema em tudo o que promovia!
E conquistado o reconhecimento, o afecto das pessoas surgiu a Paróquia, a Igreja (a Igreja!), a residência, o salão, o centro social paroquial, a Freguesia (foi determinante o seu empenho), o posto médico! Renovou todas as capelas. Tudo!
E tudo foi feito com uma diplomacia sagaz! O Pe Artur era mestre na diplomacia, mesmo quando era necessário subverter o adágio: semeava ventos, gerava tempestades porque acreditava na força da bonança que viria depois!
Quando a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima celebrou festivamente as bodas de prata sacerdotais do Pe Artur, em Julho de 1980, foram editadas as tradicionais pagelas evocativas da solenidade. Chamou-me a atenção o lema sacerdotal do Pe Artur “unir como fazem as pontes”!
Passados outros vinte e cinco, confirmava-se então a obra que Deus quis que ele edificasse: unir! Unir todas as pessoas, todos os lugares, unir o que era disperso. Porém, as comunidades de Nariz e Fátima reconheciam, em agradecimento festivo, que o Senhor exigiu também ao Pe Artur desde o início que poderia unir como fazem as pontes mas em primeiro lugar tinha de as construir! Todos sabemos o resto: nem olhou para trás (Lc 9, 62)!
In “Correio do Vouga”, 29 de Agosto de 2007
Jubileu da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima
1960-2010

Renovando o compromisso assumido de fazer memória dos acontecimentos que marcaram as nossas comunidades no último meio século e dos quais temos como principal fundo documental o arquivo do “Notícias de Nariz e Fátima”, revisitamos o caminho percorrido por muitos dos nossos leitores e avivamos em todos o itinerário pastoral para as bodas de ouro da paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Porém, não omitimos a vida da comunidade de Nariz e, fazendo uso de todas as fontes que possamos ter acesso, era notícia no Verão de 1947:
- Fazia eco do encerramento do Concílio Vaticano II, dos textos conciliares que iam chegando de Roma. Na sequência do Concílio Ecuménico, o Papa Paulo VI tinha visitado Constantinopla. Ficou célebre o abraço ao Patriarca Atenágoras.
- O jornal, criado em Março, começava a chegar aos emigrantes e estes respondiam com particularmente desvelo e carinho;
- Na Póvoa do Valado tinha sido entregue, às crianças da Escola Primária, o prémio Beatriz Canha;
- Invocavam-se dados históricos, em “grandes dramas judiciários”, que envolveram o assassinato do Pe João da Anunciação Portugal, de Mamodeiro, em meados de oitocentos.
- A estrada que liga Vessada a Verba começava a ser alcatroada;
- Nariz, não só o lugar mas toda a Paróquia, organizava uma recolha de donativos para aquisição da coroa para a imagem de Nossa Senhora de Fátima, que viria a ser benzida em Outubro seguinte.
Desporto








página 4
PADRE ARTUR TAVARES DE ALMEIDA
Após uma prolongada doença, no dia 16 de Agosto faleceu o rev. Padre Artur Tavares de Almeida, pároco de Oiã; nas últimas semanas esteve internado no Lar Social de Oiã e, por fim, no Hospital do Infante D. Pedro (Aveiro).
Tendo nascido em Avanca (Estarreja) no dia 13 de Abril de 1929, após o curso dos Seminários recebeu a Ordenação Sacerdotal em 3 de Julho de 1955 das mãos de D. João Evangelista de Lima Vidal. Pouco tempo decorrido, foi nomeado vigário paroquial de Requeixo e capelão de Mamodeiro, de Póvoa do Valado e de Perajorge.
Dedicando-se com admirável zelo pastoral a estas povoações, logo percebeu que, dada a distância com a igreja matriz de S. Paio de Requeixo, sede da paróquia, elas seriam servidas em melhores condições, se constituíssem uma comunidade cristã autónoma, apesar das consequências que daí poderiam advir para Requeixo. Tudo ponderado, efectivamente o Bispo de Aveiro, D. Domingos da Apresentação Fernandes, em 13 de Agosto de 1960 instituiu a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no concelho e arciprestado de Aveiro. O Padre Artur, que passou a ser o primeiro responsável, não iria parar no seu trabalho. Lançou-se imediatamente na construção da residência paroquial, da igreja matriz e de um edifício para a catequese e para outras actividades formativas e sociais; e, sempre com o desejo de criar pontes, mesmo com os ausentes, iniciou a publicação do boletim mensal “Notícias de Nariz e Fátima”.
Por diversas vezes deslocou-se ao estrangeiro, nomeadamente ao Canadá, aos Estados Unidos e à Venezuela, onde sabia viverem muitos emigrantes das referidas terras; foi uma presença que fortaleceu os laços tradicionais naquelas pessoas que, também pela sua generosidade, contribuíram para as obras em curso.
Criado assim um ambiente de comunhão, tornou-se facilitada a criação da freguesia administrativa de Nossa Senhora de Fátima, por lei da Assembleia da República de 11 de Julho de 1985 – facto que foi popularmente festejado conjuntamente com as “bodas de prata” da paróquia.
O Padre Artur, que também exerceu o cargo de arcipreste de Oliveira do Bairro, em 5 de Agosto de 1995 foi nomeado pároco de Oiã, por provisão de D. António Baltasar Marcelino. Durante os seus últimos doze anos, com dedicação nunca vencida por quaisquer dificuldades, prosseguiu até ao fim no mesmo espírito conciliador, lutando sempre pelo bem do povo e das diferentes povoações da freguesia.
Às 10.00 horas do dia 18, foi celebrada a Missa Exequial na igreja de S. Simão de Oiã, sob a presidência de D. António Francisco dos Santos e com a participação de D. António Baltasar Marcelino, de D. António dos Santos, de várias dezenas de sacerdotes e de alguns diáconos. O templo foi pequeno para acolher as representações das Irmandades e das centenas de pessoas (entre as quais os Presidentes da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e da Junta de Freguesia de Oiã), que assim quiseram sentidamente homenagear e sufragar a alma do saudoso extinto. Os restos mortais, com uma breve paragem na igreja de Nossa Senhora de Fátima, foram levados para Avanca, onde tiveram sepultura no cemitério local, após a celebração da Eucaristia na igreja matriz de Santa Marinha, às 14.30 horas, por D. António Baltasar Marcelino. Em 22 seguinte, o nosso Bispo celebrou a Missa do sétimo dia, na igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Mons. João Gaspar, Vigário Geral da Diocese de Aveiro

Nª Sª de Fátima – zona industrial de Aveiro?
O princípio do fim!
Com a aprovação na generalidade do Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA) são criadas, a poente da Póvoa Valado, mais duas zonas industriais. Está em marcha o processo que levará quintais (na Povoa de Cima serão todos desde o nó da A17 com a EN 235, até ao Agueiro!), terras, vinhas e pinhais a serem transformados em armazéns e, porventura, fábricas de produção e poluição com matérias que ainda é cedo para saber.
É esta a herança que deixaremos para os vindouros na Freguesia de Nª Sª de Fátima: zonas industriais, autoestradas, vias de acesso e nós, caminhos de ferro (ainda falta o traçado do TGV!) aprovados por uns quantos senhores que, tudo leva a crer, por erros de gestão, compram as nossas terras e casas ao desbarato para servir quem? Alguém, no seu perfeito juízo, quer ver a destruição do património natural?
Mais no sentido Norte-Nordeste, segundo notícias recentes que apresentam informações proferidas pelo Presidente da Câmara de Aveiro, o Carrajão poderá vir a receber uma unidade de tratamento mecânico biológico de resíduos – lixo. O vento norte trará até Mamodeiro o cheiro nauseabundo como o de Taboeira. Os camiões carregados de lixo hão-de vir dos concelhos abrangidos pela ERSUC e atravessar Mamodeiro!
Os estudos rigorosos de pormenor sobre estas questões vão, seguramente, empatar-se uns aos outros. Portanto, todos terão o mesmo valor na decisão final: uns disse que sim outros dizem que não. O que se sabe é que, depois de começar, é impossível voltar para trás.
E, numa hipótese bastante ridícula, se tudo é tão inofensivo e amigo do ambiente – como se quer fazer crer – porque é que estes equipamentos não são colocados no centro de qualquer cidade. Pelo menos evitar-se-iam os gastos com as deslocações para a periferia!
Na história das civilizações ocidentais não há nenhum, rigorosamente nenhum, equipamento de serviço público que, não fosse o mau ambiente que provoca a todos os níveis: qualidade de ar, estético, mobilidade urbana, plano habitacional, tráfego, etc, podendo estar no centro é deslocado para a periferia! Depois, ainda mais para a periferia,… isto é, para terras e pessoas que menos incómodo possam provocar!
É urgente acordar para a realidade! Há outras soluções!
Não pode ser a promessa de meia-dúzia de empregos à nossa porta a levar à aceitação da destruição de tudo o que nos rodeia, da nossa memória, a secar os nossos poços, destruição de lençóis freáticos, a matar os nossos campos!
Nª Sª de Fátima precisa de qualidade de vida e tem direito a isso, como todos os cidadãos têm: vias de acesso em boas condições, áreas de lazer, construção sustentável, lençóis de água límpida, pinhal e floresta!
Quando o planeta anseia por alguma reposição da sua mancha verde para equilibrar a poluição, é lamentável ver decisões à nossa porta que condicionarão irremediavelmente o nosso futuro!
Nª Sª de Fátima não pode ficar parada, tem de ser re-inventar como terra e pessoas de carácter, de brio, de verticalidade, e manifestar os seus interesses: o bem comum!
M. Oliveira de Sousa